Entre o final do século XIX e o inicio do século XX, os
países industrializados transformaram o continente africano e grande
parte da Ásia em colônias protetorados. A intensa disputa por esses
territórios foi um dos principais motivos das duas guerras mundiais. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os impérios coloniais
começaram a desmoronar e o domínio que as nações européias exerciam
nesses territórios deu lugar ao surgimento de novas nações politicamente
independentes.
Em geral, os processos de independência foram modificados
por ideais nacionalistas e muitas vezes, com a eclosão dos conflitos
sangrentos. Apesar da liberdade conquistada os traumas de décadas de
espoliações e humilhações desses povos deixaram marcas profundas no
continente, como a miséria e os conflitos étnicos que perduram até hoje.
Nos anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial (1939 –
1945), podia-se observar em toda a Europa a diminuição do poderio
mundial dos paises do continente. A guerra só acentuou esse declínio, a
primeira conseqüência acabou sendo a desintegração dos impérios
coloniais que a Inglaterra, França, Bélgica, Itália e Holanda mantinham
na África e Ásia. Poucos anos após a guerra, já havia movimentos de
emancipação em varias regiões dos continentes dominados. A base desse
movimento em geral, era um forte sentimento nacionalista, insuflado pelo
desejo das populações locais de se libertar do julgo estrangeiro.
A guerra fria acabou criando também um cenário propicio ao
processo de descolonização. Tantos os Estados Unidos quanto a União
Soviética não queriam a manutenção do antigo sistema colonial. Era mais
interessante para as duas potências ampliar suas áreas de influencia,
por isso, eles incentivaram muitos dos movimentos de emancipação.
O processo de descolonização se estendeu por cerca de três
décadas. Durante esse período, os paises europeus muitas vezes opuseram
forte resistências as mudanças só foram complacentes nos casos em que
os interesses europeus. Assim, era possível preservar suas fontes de
riquezas e o prestigio internacional.
A descolonização ocorreu de forma desigual, pois em cada
território havia especificidades regionais, com histórias locais
diferentes. Para alcançar a independência, os povos colonizados de
maneira geral partiram para a negociação diplomática, para a
desobediência pacifica e, principalmente, para a luta armada.
Na década de 1960, seguindo o processo de descolonização do pós-Segunda Guerra, o território ruandês foi deixado pelos belgas. Em quase meio século de dominação, ódio entre as duas etnias transformara aquela região em uma bomba prestes a explodir. Cercados por uma série de problemas, a maioria hutu passou a atribuir todas as mazelas da nação à população tutsi.
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